Queria
ter deixado o amor naquele colchão no qual levantei antes das onze horas ao invés
de ter deixado um bilhete com a minha caligrafia torta. Amar é um risco
tremendo. Tudo que passa parece eterno, talvez até seja mas dói. Tudo que é eterno
parece que passa e se passar o que nos resta?
O meu amor desenrolado em rolo de fita. As fotos que guardo num álbum particular,
canções e cantigas para passar o dia ouvir e consequentemente chorar. O piscar
de cílios pesa, a água salgada pesa, tudo pesa nada peço. Nada é argumento,
choro, dor, gritos, omissão, nada alivia, nada é argumento e isso me despedaça.
Você disse que eu poderia deitar do seu lado caso algo me atormentasse, pois
bem: O piscar de cílios tem sido a coisa mais pesada ultimamente. Eu escrevo sobre gente partida converso com
pessoas quebradiças... Ando fugindo da vigília, pois temo o desfecho. Peço perdão ao confessionário eu nunca quis
esta penitência acho perca de tempo e de paciência. A morte é inexorável Darling, nem a fita mais
bonita desfaz o fato de que mor(r)o em alguém.
sábado, 21 de setembro de 2013
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Infinito
Desde então, coração, te fiz meu.
Em meia parte em parte meia
Inteira e m(eu)eia.
Por inteira me fiz tua, em lua cheia, em meia lua
Céu com estrelas ou simplesmente noite escura.
E o desejo que a voz entenda
E que a nossa canção fique para sempre
E eu quase caio na beira de uma profundidade
A minha mão em teu peito
Os laços dos membros numa cama pequena
Estremeço se num segundo essa tua imensidão me olha
E então quantos segundos tem o infinito?
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