domingo, 28 de julho de 2013

Nem (sempre) só.



Com uma singularidade de Zé ninguém, de Zé que vive só.  Exaustão não faz bem para a alma, não faz bem para o coração, não faz bem a mim, não faz bem a nós.  Insiste nos plurais mesmo que os tais não sejam tão plurais assim. A vida pede força e a verdade dói, Sir.   Quisera eu ter uma daquelas sensações nas quais nos fazem ter vontade de prosseguir, mas só me preenchem as contrárias ou talvez se com persistência fosse tentando as que não conheço. Num belo dia perguntastes o meu peso. Pois bem, eu tenho o peso das galáxias, de uma pétala e do mais pesado totem existente. Nunca sei quando o seu sorriso é verdadeiro ou se vem de uma sinapse na tua péssima memória aquele incidente no bar: Quando o vinho tinto alcançou o meu vestido azul.  Eu não sei beber, a mancha hoje revigora e no tecido desbotado uma memória. Darling, eu ainda não sei beber e aquele era meu vestido predileto. Eu aprendi a tragar alguns cigarros aos sábados, aprendi a prender os monstros e agir com ironia. Lembro-me bem da sua ultima pergunta: Por que tão solitária, extremista e insensível? Eu sou a percepção da queda quando se alcança o chão, o trajeto foi leveza.  Penso que se um dia todo o caos existente em mim for solto, se eu deixasse de sussurrar somente para os corredores, e para as paredes surdas não seriam dores e sim pena. E disto eu não sinto falta... Na floricultura encontrei um garoto, discutimos. Eu disse que era tulipa ele riu em tom de deboche e disse que eram orquídeas... No final? Eram margaridas. Nem sempre se pode estar certo.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Teatro




No céu existe um ato
Anjos com arcanjos no mesmo compasso
Tudo muito bonito de fato

Tudo transcende, transparece, e some
Nada pode chegar aos olhos do homem
E mesmo na íris mais clara e bonita

Existe o contraste entre a acidez sórdida
E a bonança rítmica
Num piscar de olhos um dos atos se desfaz

A vida é pura evicção
e a morte chega com um quebrar de um retrato
começa-se outro pequeno e alarde ato

Sobre o corpo, a alma, o chão, o teto e o quarto...
A vida é feita de pequenos atos.


domingo, 21 de julho de 2013

Sobre pétalas que resistem a tempestades, mas que entre os dedos não duram um segundo




Meu coração, pequeno.  Para se esconder no peito alheio. Frágil, sujeita, suspeita, gigante...
Gritante é a minha humanidade, quase ingênua quase bonita. Admiram a falta de um ego  subtende-se a minha memória de elefante. Mas estou à gorjeta  e as moedas sou eu quem joga. De gigante passo a ser pequena em único instante, se tu me ignoras. Minha boca idealista gosta de generalizar e essas poucas linhas são um pedido de perdão. A quem se lê e sabe ser sútil como um dedilhar no violão, mas se não aceitas as minhas desculpas teu lamentar sim, se faz desnecessário. E o flamejante dedo indicador se fez presente. E o perfume das rosas é inerente agora. E elas... Ah! Murcharão, o que fazer então?

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Sem tempo




Quanto tempo leva um tempo?
Quantas horas faltam para um passatempo?
Esse tempo é coisa estranha 
Que insiste em viver em tuas entranhas
Tempo! Fique atento, quanto vale um beijo teu?
Quanto tempo leva para leveza chegar?
Com um simples ‘’oi’’ já me ponho a esperar
O meu tempo já passou, você nem notou
O seu há de sorrir e devagar chegar aqui
Foi um tempo? Dois quartos? Não sei, nem vi
A primavera já passou o seu tempo acabou e você há de partir;
Adeus. Goodbye. Au revoir!

Desafogue-se


      

Tudo que sempre pedi foi a sinceridade.
É difícil ser sincero nos dias atuais
Mas de fato eu pensei que você fosse capaz
Pra você que esperava a brisa, uma má  noticia:
Ela não vem;
Ela não virá;
Não espere!
Haverá a fúria de toda essa maldita tempestade
E quando faltar apenas os alicerces

Estes também não virão. 

Sordidez

Os instantes eu guardarei
Com cuidado
Pois meu peito também é delicado

O que temos é o que se ultrapassa;
E o tempo sempre passa
A saudade há de acabar

O silêncio que presenciei
É a resposta ao teu pensar
Enquanto as bocas cobertas

Barulhentas e despertas
Buscam as almas perdidas
Gritantes a falar

O nosso silêncio se faz sorrateiro
Buscamos o depois primeiro
E os outros ainda gritam
Shhhhhhhhhhhh!

Em busca do silêncio.